Uma reunião de ensaios do autor (refutando, o próprio, o termo “crônica”, já que o mesmo não gostava que de tal forma fossem nomeados os seus escritos) com a análise crítica da poesia e da cultura.
Paranaense, curitibano, Paulo Leminski tece críticas contra a (falta de) produção cultural em Curitiba, ante a quase inexistência da mesma, quando analisa que em uma cidade como a sua, grande consumidora de cultura (lê-se livros, assiste-se filmes, aprende-se línguas…), deveria haver uma reflexo maior em resposta a tal consumo. Ora, num lugar em que o consumo de cultura é tão grande, justo seria que a produção se desse na mesma proporção – o que não ocorre, segundo o autor. Um dos fatores tido como culpado por tal (in)ocorrência, seria a falta de sexo, o pouco proveito do prazer, o conservadorismo exacerbado, a falta de diversão e brincadeiras.
Tece ainda diversas análises, dentre os ensaios presentes na obra, sobre o papel, a história e a (r)evolução da poesia. A poesia, que possui finalidade em si mesma, fruto da palavra (palavra é política, portanto, ética), sofreu grandes mudanças em sua essência ou no modo com a qual é feita. Tais mudanças são expostas pelo autor, o qual comenta, no seu ponto de vista, sobre tal fenômeno.
A arte tratada como bem de mercado, o que inclui a literatura e a poesia (tida esta como sem valor, já que poesia “não vende”), é um fator que também é exposto pelo autor em seus escritos, o qual realizada breves, porém profundas análises sobre tal fenômeno social.
Paulo Leminski em pequenos “ensaios e anseios crípticos” é o que esta obra oferece ao leitor!